O Professor de Educação Física e a Inclusão: reflexões.

O Professor de Educação Física e a Inclusão: reflexões.

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GEOVANI SOUZA DOS SANTOS*

LEONARDO SILVA GARCIA*

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MAYRA DE SOUZA FERREIRA*

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Resumo

A inclusão de alunos com necessidades de ensino especial dentro das escolas ainda enfrenta barreiras, principalmente nas aulas de educação física, o professor tem a missão de, além de colaborar na educação, criar mecanismos que busquem essa integração e um dos meios que podem colaborar com esse tipo de educação é a aplicação da ludicidade como contexto educacional.

Palavras-chave: Inclusão; Escola; Educação; ludicidade

Introdução

Ir à escola é importante para promover a educação e a inclusão social. Aprender a ler e a escrever faz parte deste processo e o ensino deve ser o mesmo para todos sem distinção de cor, idade ou sexo estimulando assim o convívio e a integração social. O objetivo deste trabalho é propor uma reflexão sobre Educação inclusiva e como as atividades lúdicas podem ajudar no processo de inclusão e integração do aluno com necessidades educacionais especiais.

Neste processo, almejando um ensino-aprendizagem emancipatório, superador da educação tradicional, é que vislumbramos que as vivências lúdicas estejam efetivamente presentes na sala de aula, contribuindo para a compreensão e enriquecimento da realidade de vida dos alunos.

A escola e a inclusão

Muito se fala sobre o processo de inclusão, e quase sempre com sentido de que inclusão e integração escolar seriam sinônimas. Enquanto na verdade, a integração insere o sujeito na escola esperando uma adaptação deste ao ambiente escolar já estruturado, já a inclusão escolar implica em redimensionar as estruturas físicas da escola, de atitudes e percepções dos educadores, adaptações curriculares entre outros.

*Graduandos em licenciatura Plena e específica em Educação Física pela Universidade Vale do Acaraú.

Promover a inclusão de “deficientes” significa uma mudança de postura e de olhar acerca do assunto. Implica quebra de paradigma, reformulação do nosso sistema de ensino para conquista de uma educação de qualidade, na qual o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam garantidos a todos os alunos, independente de diferenças e necessidades. A concepção da educação especial como serviço, expeli e cria dois sistemas separados de educação: o regular e o especial, eliminando todas as vantagens que a convivência com a diversidade pode nos oferecer.

Santos, (2008 p.32) afirma que o objetivo da educação para os alunos portadores de necessidades educacionais especiais é o de reduzir os obstáculos que impedem o indivíduo de desempenhar atividades e participar plenamente na sociedade.

Porém para promover a inclusão de todos os educandos no espaço escolar, precisamos enfrentar mecanismo excludente quem ocorrem no seu dia – dia, pois eles podem ser relacionados ao fracasso escolar.

As barreiras á inclusão

Poucos professores mencionaram, com barreiras, suas atitudes frente; á diferença; alguns as atribuem ao sistema, que nem lhe os oferecem os justos proventos, nem as condições necessárias para o trabalho na diversidade; também não foram poucos os que localizam as barreiras nas famílias.

Carvalho 2007.p.122 apresenta alguns empecilhos à inclusão, a família: as famílias também são compatibilizadas, assim como ausente, desestruturadas, iletradas ou, simplesmente porque, conforme dizem, não querem ajudar, entendendo que aprendizagem de seus filhos e da escola.

Mesmos os poucos professores que revelaram suas dificuldades pessoais em lidar com as diferenças individuais mais significativas, argumentaram que não foram preparados para isso, pois em seu curso de formação não examinaram o tema teoricamente, e muito menos, nas praticas de estágio.

O sistema educacional também cria barreiras, porque nossos professores precisam trabalhar em mais de uma escola, devido aos baixos salários que recebem, as condições em que ensinam, também não são das mais favoráveis o que os levam a se sentirem cansados e desmotivados.

Ludicidade: uma opção de inclusão

Ao pensarmos em lúdico logo se tem a ideia de brincadeira ou jogo, o que e verdade. Lúdico tem sua origem na palavra latina ”ludus” que significa jogo, porem a ludicidade não se limita a brincar ou jogar, ela também se apresentar de forma educativa e colabora no desenvolvimento da criança. Pois através da ludicidade se tem um “leque” de opções para trabalhar os conteúdos das diversas disciplinas escolares, não somente da educação física, de forma prazerosa, de forma que ofereça oportunidades para que todos participem, pois aplicando o lúdico e utilizando-se de materiais diversos como músicas, bola, cones ou apenas material humano, o educando e levado a desligar-se do seu mundo real, passando a realizar tarefas totalmente desconexas de sua realidade social e econômica. Conforme afirma Antunes, (2000, p.37-38) o jogo lúdico:

Propõe estimulo a o interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajudando-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Logo, com a ludicidade na escola é possível perceber a criança e estimular no que ela precisa aprender, ou seja, não se limita Ensinar jogo ou brincadeira simplesmente como recreação e sim Instigar toda uma gama de conceitos e atitudes, valores e comportamentos que são inerentes do jogo, bem comocolaborar com a melhoria das suas capacidades motoras, físicas, cognitiva e sua capacidade de conviver com o outro, principalmente se houver um colega de classe portador de necessidades educacionais especiais.

Hoje em dia, já está comprovado que a ludicidade contribui no desenvolvimento da criança cabe aos educadores buscarem essas referencias e trabalharem suas disciplinas junto à ludicidade, como afirma Da Cruz e tal 1998:

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização comunicação, expressão e construção do conhecimento.

O ser humano desenvolve sua vida várias habilidades que no decorrer dela são aperfeiçoadas e para isso ocorra são necessários estímulos motores adequados a faixa etárias que se encontram. Esses estímulos podem ser alcançados com brincadeiras, brinquedos, jogos lúdicos. Pois brincando as crianças simulam situações da vida real, respeitando as regras do seu próprio jogo.

Logo, a educação física não dever estar tão distante da sala de aula, pois ela é quem pode mostrar com propriedade o verdadeiro fundamento da atividade lúdica para o desenvolvimento infantil, assim para que o lúdico traga beneficio na educação, e preciso que o professor de educação física trabalhe junto com os professores de outras disciplinas, apresentando um ensino com aplicação na realidade

Considerações finais

O brincar pode e deve ser utilizado como instrumento de ilustração prática complementando a teoria, sendo, pedagogicamente muito enriquecedor, pois ao movimentar-se e interagir com seus pares, seu espaço e seu ambiente, o jogo, ou proposta lúdica não servirá só como ferramenta de ensino do professor, outros conhecimentos também entrarão em ação; como respeito às regras, a clareza de comunicação, o fortalecimento do vínculo afetivo entre o grupo, a desinibição, a confiança de uns para com os outros, dentre outras questões de valores, como solidariedade, amizade, compreensão e outros conhecimentos que se articulam entre si. A escola também, deve ser um espaço da alegria onde os alunos possam conviver desenvolvendo sentimentos sadios em relação ao outro.

A diversidade é apanágio da brincadeira. O mundo dos brinquedos e da brincadeira é mágico, nele cabendo todas as idades, estados de espírito, tendências, necessidades, habilidades e competências físicas, sócio-afetivas e cognitivas, a brincadeira apóia-se no diálogo entre os estilos de vida. Não busca a homogeneidade, portanto o universo lúdico pode ensejar um estreitamento de solidariedade, participação na vida do outro e responsabilidade social pelo projeto coletivo de suas e nossas vidas, podendo concorrer para o estabelecimento de uma cultura solidária.

Atividades em grupo para alunos, estímulos à pesquisa como estratégia de aprendizagem, orientação aos familiares, programações para formação continuada para os professores, estudos e trabalhos em equipe, objetivando a troca de informações e experiência, dentre outras, são algumas sugestões uma melhor educação inclusiva.

Referencias

ANTUNES, Celso. Novas Maneiras de Ensinar- Novas formas de Aprender. Rio de Janeiro: Artmed, 2002, p.113-152. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis (RJ): editora Vozes, 1998.

DA CRUZ, Dulce Regina Mesquita: O Lúdico na Formação do Educado, 2ª edição Petrópolis 1998. Editora Vozes.

SANTOS, Monica Pereira dos: Inclusão em Educação; culturas, políticas e práticas – Ed. Cortez 2008 / são Paulo.