SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CARTOGRAFIA COM SEUS PRINCIPAIS EVENTOS DESDE OS MAPEAMENTOS ANTIGOS ATÉ A CARTOGRAFIA MODERNA OU ATUAL.

ANÚNCIO

A presença da arte de desenhar mapas, figuras e cartas são notadas desde o início da história do homem. Pois, encontram-se como uma requisitada forma de representar dados das dimensões espaciais conhecidas.

Neste caso, devido à maior necessidade de abordar ou expor imagens de interpretações para variáveis fins, o mapeamento repercute no início da história do homem com autonomia e criatividade. Logo, é mais antiga que a escrita e a própria história segundo “Raisz, Erwin. General Cartografhy”. Então, as técnicas arcaicas eram feitas em materiais simples na concepção dos mapas, como: a cerâmica, o papel, os bronzes, as cascas de coco, a pedra, a pele dos animais, etc. E, notavelmente, todas as culturas e sem censura, usaram formas de expressar um lugar natural ou humano, logo à origem do mapa remonta há 4500 anos. Existindo provas acumuladas desde a antiguidade sobre a cartografia primitiva, observadas em comunidades, isto é, nas habilidades de povos como: os babilônios, os egípcios e chineses etc., vinda de estudos históricos, geográficos, etnológicos e arqueológicos. Sendo o mapa mais antigo estudado, o Ga-Sur que foi elaborado num pedaço de argila cozida produzido pelos babilônios. Os entendidos calculam que a sua idade origina entre 2400 e 2200 ou 3800 a.C., com isso, estão entre os Séculos XXV e XXIII a.C. Os babilônios demonstraram montanhas e águas, provavelmente o rio Eufrates, árvores e plantas, aves e animais na superfície dos nove trípodes fundidos durante a Dinastia Xia (entre os Séculos XXI e XVI a.C.).

ANÚNCIO

Para Heródoto, os egípcios inventaram o primeiro método de medir os campos (a agrimensura, segundo os gregos). Outra invenção egípcia foi o cadastro, que mais tarde foi chamado de topogrammateis pelos os gregos. Quanto à astronomia, é comprovado pelas pirâmides que se originou no Egito. Porém, foram os gregos que organizaram e consolidaram a geodésica (metafhysica de Aristóteles) e criaram o astrolábio/dioptra, que é um medidor de astros. E foram eles que deram variáveis impulsos à astronomia e a cosmografia com seus conhecimentos científicos. Eratóstenes (275-194 a.C) calculou a circunferência terrestre, com base na altura angular do Sol e a distância entre Alexandrina e Siena. Já Hiparco, de Bitínia (190-125 a.C) é o maior astrônomo do período da antiguidade. Ele criou o sistema de coordenadas geográficas e descobriu o movimento de pressão dos equinócios. Como autêntica cartografia na antiguidade, temos Marino de Tiro, já do primeiro século da era cristã, e Cláudio Ptolomeu, da segunda centúria. Quanto aos romanos, sabemos que foram belos cultores das ciências dos gregos e desenvolveram instrumentos como: a astrolábio/dioptra, o coróbato e a groma que foi o instrumento responsável pelo padrão quadrangular de demarcação das terras do Império. Temos também, Eratosthenes de Cyrene (276-194 A.C.), geógrafo e astrólogo da antiga Grécia, também chamado o pai da Geografia. Enfim, nos séculos da antiguidade destacamos técnicas simples de mapeamentos e levantamentos cosmógrafos ou cartógrafos, relacionados como um registro cartográfico de povos e territórios úteis para os fins da ação prática de subsistência (Moreira, Ruy, 2007).

Paulatinamente, já os séculos compreendidos na Idade Média são considerados como um momento de crise e estagnação para as evoluções dos pensamentos sobre mapeamentos, tempos de mitos e idealizações do mundo segundo os antigos pensadores cartográficos. Pois, todas as conquistas científicas, no campo da astronomia e da matemática, foram postas de lado, por causa dos dogmas religiosos, sobretudo nos séculos medievais mais obscuros, isto é, entre os anos 300 até os 500 d.C., (final do século III até o final do V).

ANÚNCIO

Concomitantemente, a evolução histórica da cartografia obteve variadas contribuições complementares em obras e autoria, porém poucas foram reconhecidas e, sobretudo, valorizadas, num que se referem a sua função e utilidade, tendo somente feito algumas considerações pelos esforços de poucos, que revisaram alguns periódicos que se lembravam com a história, até mesmo oralmente, como, por exemplos: Plínio, o antigo naturalista romano, do I século d.C (História Natural, em 37 livros, uma enciclopédia da natureza geográfica antiga); Gaius Julius Solinus (imitador de Plínio); Pompônio Mela (que publicou uma Collectanea rerum memorabilium, às coisas que devem ser lembradas), um geógrafo romano, autor do De Situ Orbis que é uma preciosa fonte geográfica do litoral da Península Ibérica etc. E no século VI (anos de 548) do medieval temos: o padre Comes Indicopleustes, que também idealizou o seu mundo (perfeitamente de acordo com a geografia Bíblica, “o Tabernáculo”). Também temos no final do VI e início do VII (570-636), o bispo de Sevilha, que elaborou o famoso mapa de T-O, sendo um mapa cheio de esquemas, para os séculos da Idade Média com déficit científico.

Nesse sentido, os séculos da Idade Média estão dentro dos contestos das ascensões e Hegemonias da Igreja, que são séculos de intolerâncias religiosas, dando a cartografia medieval uma extensão da Bíblia e ao geógrafo um mapeamento do fantástico (Moreira, Ruy, 2007).

No entanto, com o Renascimento, as manifestações da burguesia comercial, as viagens mediterrâneas, as Grandes Navegações, a Reforma Protestante, o Humanismo e depois o Iluminismo (século XVIII). Já no início do século moderno (final do XIV e início do XV) existiu um retorno às valorizações das ciências empíricas e epistemológicas, ou seja, o retorno da valorização da razão, com experimentações para desenvolver o progresso e a civilização. Assim, com início da libertação da hibernação medieval (anos 1300, final do século XIII) tem se a famosa Carta Pisana, que é uma carta portulano e está baseada em levantamentos sistemáticos de rumos de conhecimentos nos mares Mediterrâneos e Negros. Destaco também, o retorno da valorização em propagar os conhecimentos cartográficos através da Escola de Sagres (em especial, as “cartas de marear” dos portugueses). Temos também, a cartografia náutica de Espanha, Veneza e Gênova, da Holanda, França e Inglaterra como os precursores das cartografias modernas.

Logo, em seguida, as coisas mudaram, pois, tem Pedro Nunes no século XVI (1502-1577), com a invenção do mônio e outras publicações astronômicas (Tratado da Esfera, como exemplo dos feitos cartográficos de Pedro Nunes). Porque, foram no século XV e XVI que os portugueses aperfeiçoaram a caravela, o astrolábio e as cartas de marear.

Contudo, ainda com várias considerações de mapas da China feitos por estrangeiros que contribuiu para aproximar o Oriente com o Ocidente, por causa das intencionalidades políticas, ou mesmo, geopolíticas, é com Mercator (1569, retratando a terra com deformações nos pólos) que temos a quadrícula/projeção do mundo mais utilizada até hoje, o planisfério. Observando ainda, que no Renascimento o cartógrafo é um especialista dos corpos celestes em seus rebatimentos geodésicos sobre a superfície da terra.

Já, entre o Renascimento e o Iluminismo o mapeamento se duplica em: cartografia do fantástico da Europa (imaginário etnocêntrico dos europeus) e cartografia de precisão em busca de descobertas marítimas (Moreira, Ruy, 1993, 2007). Então, foi no moderno que temos a divisão dos fusos horários que se inicia a partir do fuso da Inglaterra e em seguida aumentando os vigores matemáticos cartográficos. Mas, a Revolução Industrial do século XVII aumentou o interesse de mapear mais minuciosamente os futuros mercados consumidores e campos de matérias primas.

Por fim, os saberes cartográficos modernos, isto é, atual, são os somatórios de contribuições cartográficas desde a antiguidade, pois, no Século XXI observo que, temos a maior expressão cartográfica da história do homem, porque, temos os acúmulos das informações da Cartografia (ciência que organiza os mapas e cartas de orientações geográficas) que viabilizam e, sobretudo, agilizam as integrações no comercio, por exemplo, melhorando as trocas de produtos e deslocamentos de pessoas.

No entanto, foram através das utilidades dos conhecimentos cartográficos acumulados, tivemos também, as duas Grandes Guerras Mundiais que, de um lado, contribui para melhorar as técnicas cartográficas, porém, de outro lado, os conhecimentos cartográficos tiveram utilidades para a perversidade humana, assim como, manutenção de superioridades políticas de destruição (por exemplo), que mostra a Cartografia como uma íntima técnica / instrumento da Geografia e, por conseguinte, a Geografia (principal ciência que se relaciona com os conhecimentos cartográficos), sendo utilizado para fazer a guerra, pois, segundo Yves Lacoste no seu livro “A Geografia, Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a Guerra”.

Em suma, a Cartografia contemporânea é o produto e o somatório dos principais eventos cartográficos desde a antiguidade, Idade Média e, sobretudo, os séculos da Idade Moderna, porque apresentaram avanços e, melhorias para a Cartografia em geral, onde propôs mapas e, paulatinamente, melhores instrumentos cartográficos no Século XXI, conhecidos hoje como: Sensoriamento Remoto, imagens vias Satélites e as facilidades do Geoprocessamento automáticos de precisão etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DUARTE, Paulo Araújo. Cartografia básica. Santa Catarina: UFSC, 1988

FILHO, J. M. Elementos de Cartografia Técnica e Histórica. V. 2. Belém, 1997

IBGE. Manuais técnicos em Geociências. Noções básicas de cartografia. Rio de Janeiro: IBGE, 1999

MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007.