HIPÓTESES DAS PRINCIPAIS CAUSAS DA MÁ QUALIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO (6ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL): observação do dia a dia.

HIPÓTESES DAS PRINCIPAIS CAUSAS DA MÁ QUALIDADE DO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO (6ºANO DO ENSINO FUNDAMENTAL): observação do dia a dia.

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Edson Cardoso dos Santos Filho1

RESUMO: O Artigo intitulado “Hipótese das principais causas da má qualidade do Ensino Fundamental Público (6º ano do Ensino Fundamenntal): observações do dia a dia.” Faz parte de um dos capítulos  do trabalho de conclusão de curso “Analfabetismo funcional: herança familiar e escolar”2 fundamenta-se nos três principais métodos de pesquisa utilizados em trabalhos científicos: descritivo, exploratório e experimental/causal. A Comunidade escolar e a sala de aula foram os campos de estudo deste projeto. Constatou-se que as causas do baixo índice de aproveitamento escolar, nesta instituição de ensino público, Escola Municipal Major Pereira Adolfo Maia, encontram-se calcadas em cinco elementos estimuladores do péssimo rendimento escolar: má alfabetização (escola), desatenção (família), hiper-atividade (família), heterogeneidade ou diversidade (escola) e falta de conhecimento pedagógico-cognitivo e de ensino-aprendizado por parte dos professores (escola).

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PALAVRAS-CHAVE: Analfabetismo funcional. Aproveitamento escolar. Construtivismo. LDB

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Introdução: Como melhorar a qualidade de ensino neste contexto educacional, evitando a evasão e estimulando professores e alunos?

A partir de observações teóricas sustentadas nas Lei de Diretrizes e Bases, Planos Curriculares Nacionais, Plano de Desenvolvimento da Escola, Fundamentação de Estratégias de Educação a Distância, nos Fundamentos da Proposta Pedagógica do Gestar II (Desenvolver habilidade de compreensão, interpretação e produção dos mais variados textos, utilização dos textos verbais e não-verbais para trabalhar valores) e na vivência contínua da prática educativa em sala de aula e na escola, buscamos responder ao problema enfatizado na introdução: Como melhorar a qualidade de ensino neste contexto educacional, evitando a evasão e estimulando professores e alunos? Para isso destacamos os dizeres de Stenhause:

Os professores, à medida que vão questionando suas diversas práticas, identificadas, conhecidas e analisadas através de processos de pesquisa, são os que podem efetivar intervenções no cotidiano das escolas, desenvolvendo alternativas às propostas oficiais. Essa possibilidade/necessidade, Stenhouse e seus seguidores percebem-na a partir da compreensão das diferenças culturais existentes em nossa sociedade. É, pois, com seus estudos que começamos em nosso país a relacionar cotidiano escolar com culutra (ALVES, 200, p. 64)

Surge desse excerto a inquietante pergunta: Como melhorar a qualidade de ensino no processo de educação? Cremos, e por isso nos limitamos ao 6º ano A e B do ensino fundamental público, do município de Cabedelo, do colégio supracitado, que é possível a partir da observação cultural, disciplina, planejamento e conscientização trabalhar de forma eficiente as cinco causas, citadas no resumo, que gera a nosso ver o analfabetismo funcional no ensino fundamental público e nos subseqüentes anos da educação básica.

Começamos nosso projeto afirmando, na epígrafe, que para ensinar, precisa-se o mínimo de recursos, e o máximo de vontade. Esta afirmação é o ponto primordial de nosso trabalho empírico e científico, apoiado na dialética discursiva a partir de pesquisas bibliográficas e observações em nosso principal campo de estudo e amostra, a escola,a sala de aula e o específico grupo de alunos.

Até que ponto o professor se distancia do puramente profissional e atua como educador? O problema da aprendizagem não é somente uma questão de método, mas, sobretudo, uma questão comportamental do professor e, claro, do aluno. Porém, devemos na posição em que nos encontramos, perguntar: qual dos dois lados possui a competência para reconstruir essa realidade educacional?

Num primeiro momento, notamos que o conhecimento pedagógico por parte dos professores é muito limitado. Nas reuniões pedagógicas temos muitas discussões soltas, sempre com os mesmos temas, mas com pouca fundamentação teórica, levando, dessa forma, a pauta para o “achismo”, que não é o propósito pedagógico do encontro. Não se vê, por exemplo, uma análise com base teórica por parte dos professores, ou mesmo, uma orientação psicopedagógica fundamentada cientificamente por parte dos gestores, no sentido único de fazer com que os docentes utilizem o mesmo discurso pedagógico-disciplinar. Guardadas as devidas proporções, as reuniões denunciam um descomprometimento com a tarefa científica, pedagógica e árdua que a educação reclama.

Não se trata aqui de falarmos, por exemplo, de interdisciplinaridade como uma palavra em moda no âmbito da educação, mas entender sua essência como elemento constituinte da formação do aluno, ou seja, a percepção que a interdisciplinaridade se dá, na verdade, no reforço temático, dentro do conteúdo disciplinar, com o objetivo de tornar real e experimental a informação curricular mínima[1] e de forma concomitante à formação referencial do futuro cidadão. Portanto, o que conjeturamos é a conscientização por parte do corpo docente em entender plenamente o processo cognitivo do educando. Os professores não podem ser indiferentes, devem entender inteiramente seus livros de diretrizes educacionais: os PCNs, projetos pedagógicos, bibliografias especializadas, materiais esses,que os subsidiarão na compreensão, elaboração das aulas e o funcionamento mental do ensino-aprendizado docente/discente.

Uma das propostas postuladas é que o corpo docente da escola passasse por cursos de qualificação em que pudessem atualizar continuamente seus conhecimentos disciplinares e pedagógicos, também, interagindo com outros profissionais, trocando experiências, através de pesquisas e de estudos sistematizados. Apoiados nessas mídias educacionais, tivessem, também, à sua disposição uma bibliografia apropriada e atualizada sempre rematados por  cursos de qualificação e treinamento no manuseio dos novos recursos tecnológicos (informática), para, assim, fomentar  seus conhecimentos pedagógicas e facilitar sua didática na educação fundamental.

Considerações finais: Conversas de professores fora da escola sobre assuntos da escola

Percebemos que os planejamentos e preenchimento de nossos diários são feitos de forma muito mecanicista, descompromissada. Um dia desses, conversando com uma amiga, professora do município do Conde, docente da mesma disciplina, Língua Portuguesa, falávamos sobre esses procedimentos que antecedem as aulas. Surpreendeu-nos quando, em um determinado ponto da conversa, contou-nos que seu planejamento mensal e anual, não era problema, pois já estavam todos prontos e arquivados, bastava imprimir em formato etiqueta, e pronto: diário, planejamento, plano mensal, tudo concluído. A nosso ver esse procedimento reflete o descaso com a prática educativa e com nossas crianças. Essa ideia de mantermos em arquivos os planejamentos é muito prática, mas perigosa, principalmente, se apenas etiquetarmos os de 2003 nos de 2009, por exemplo.

O que seria de fato um Plano de Curso, um Planejamento Mensal? É sobre isso que estamos nos referindo: até que ponto o professor desconhece os objetivos desses planos orientadores, ou pior, até que ponto sabem produzi-los? Até onde planejam seus objetivos focando de forma contextual o momento histórico, social, político, cultural da comunidade para a qual direciona suas atividades educacionais?

Repare que os fatos que geraram os problemas deste trabalho estão intrinsecamente relacionados. Seria impossível tratar de um deles sem mencionar o outro. A partir do momento que se oferece educação formal para todos não se pode preterir a base, as condições primárias para que a educação formal se efetue. A não solvência da educação familiar, a que realmente proporciona subsídios para as outras, prejudica todo o processo educacional de ensino-aprendizado.

Ao se retirar o tradicional, abre-se um leque em que a tecnologia, a liberdade, a criatividade, as maneiras diversas de ensinar (didática) e outros, tornam-se confusos nas mentes de quem ensina e de quem aprende. Os professores, nesta nebulosa confusão em que o ensino-aprendizagem se encontra, observam-se num verdadeiro campo de batalha, em que mil teóricos sugerem soluções laboratoriais, para realidades tão diferenciadas e totalmente desprovidas de princípios básicos de sociabilidade. O que corrobora o que já vínhamos dizendo: Não há educação sem base tradicional de formação referencial, sem postura educacional tanto de professores quanto de alunos. Eis, então, a verdadeira causa dessa desestruturação familiar e por conseqüência educacional.

Percebemos que os planejamentos e preenchimento de nossos diários são feitos de forma muito mecanicista, descompromissada. Um dia desses, conversando com uma amiga, professora do município do Conde, docente da mesma disciplina, Língua Portuguesa, falávamos sobre esses procedimentos que antecedem as aulas. Surpreendeu-nos quando, em um determinado ponto da conversa, contou-nos que seu planejamento mensal e anual, não era problema, pois já estavam todos prontos e arquivados, bastava imprimir em formato etiqueta, e pronto: diário, planejamento, plano mensal, tudo concluído. A nosso ver esse procedimento reflete o descaso com a prática educativa e com nossas crianças. Essa ideia de mantermos em arquivos os planejamentos é muito prática, mas perigosa, principalmente, se apenas etiquetarmos os de 2003 nos de 2009, por exemplo.

O que seria de fato um Plano de Curso, um Planejamento Mensal? É sobre isso que estamos nos referindo: até que ponto o professor desconhece os objetivos desses planos orientadores, ou pior, até que ponto sabem produzi-los? Até onde planejam seus objetivos focando de forma contextual o momento histórico, social, político, cultural da comunidade para a qual direciona suas atividades educacionais?

Repare que os fatos que geraram os problemas deste trabalho estão intrinsecamente relacionados. Seria impossível tratar de um deles sem mencionar o outro. A partir do momento que se oferece educação formal para todos não se pode preterir a base, as condições primárias para que a educação formal se efetue. A não solvência da educação familiar, a que realmente proporciona subsídios para as outras, prejudica todo o processo educacional de ensino-aprendizado.

Ao se retirar o tradicional, abre-se um leque em que a tecnologia, a liberdade, a criatividade, as maneiras diversas de ensinar (didática) e outros, tornam-se confusos nas mentes de quem ensina e de quem aprende. Os professores, nesta nebulosa confusão em que o ensino-aprendizagem se encontra, observam-se num verdadeiro campo de batalha, em que mil teóricos sugerem soluções laboratoriais, para realidades tão diferenciadas e totalmente desprovidas de princípios básicos de sociabilidade. O que corrobora o que já vínhamos dizendo: Não há educação sem base tradicional de formação referencial, sem postura educacional tanto de professores quanto de alunos. Eis, então, a verdadeira causa dessa desestruturação familiar e por conseqüência educacional.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

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AZEVEDO, Reinaldo. Restaurar é preciso: reformar não é preciso. 2025 ed. tiragem 413350, p. 48-56, Abril, jan. 2008.

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SILVA, Ana Lúcia Rodrigues. .Monografia Fácil: ferramentas e exercícios.São Paulo: DVS Editora, 2004.


1 Especializando da Pós-Graduação Em Metodologia da Língua Portuguesa, atualmente professor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Major Pereira Adolfo Maia.

2 Analfabetismo Funcional: Herança Familiar e Escolar (TCC – Pós-graduação em Metodologia da Língua Portuguesa).