Variações linguísticas: Uma análise sobre o dialeto paranaense e dialeto paraibano

RESUMO

ANÚNCIO

A linguagem é uma faculdade biológica inata de comunicação, a língua é um conjunto de elementos e regras combinatórias que possibilita à troca de infinitas informações e a fala a realização concreta de uma língua, feita por um indivíduo de uma comunidade num determinado ato de comunicação. Nesse artigo, não nos detemos simplesmente às teorias sobre linguística, linguagem, língua e fala, mas foi feito uma comparação entre o dialeto paranaense, pertencente a região sul e o dialeto paraibano, pertencente a região nordeste. Neste estudo sobre os dialetos, é observada a questão sobre os primeiros colonizadores nesses dois estados, os quais contribuíram, para que houvesse essas diferenciações entre os falares regionais. È muito interessante observar também, as palavras e seus significados, usadas pelos falantes tanto paranaenses, quanto paraibanos, é bom ressaltar, que não são somente as palavras diferentes, mas também a entonação, o timbre de voz e o sotaque. Como ciência empírica a lingüística se detém na observação dos falares, sem se preocupar em classificá-los como certo ou errado, e é de acordo com esta definição que este trabalho está baseado, sem objetivo de inferiorizar ou valorizar este ou aquele dialeto. Através desta pesquisa, podemos observar que, a língua portuguesa oferece um leque lexical muito abrangente aos seus usuários e devido às muitas variações lingüísticas, às vezes temos dificuldade de entender o significado de palavras dentro do nosso próprio país.

ANÚNCIO

Palavras-Chaves: Variação Linguística. Dialeto. Língua Materna.

ANÚNCIO

ABSTRACT

The language is an innate biological college of communication, the language is a set of elements and combinatorial rules that make possible to the exchange of infinite information and say it the concrete accomplishment of a language, made for an individual of a community in one determined communication act. In this article, we simply do not withhold in them to the theories on linguistic, language, language and speaks, but a comparison between the paranaense dialect was made, pertaining the south region and the paraibano dialect, pertaining the northeast region. In this study on the dialects, the question on the first population in these is observed two states, which had contributed, so that it had these differentiations between regional speeches. Very interesting È to also observe, the words and its meanings, used for the paranaenses speakers, how much in such a way paraibanos, is good for standing out, that they are not only the different words, but also the tune, the timbre of voice and accent. As empirical science the linguistics if withholds in the comment of speeches, without if worrying in classifying them as right or wrong, and is in accordance with this definition that this work is based, without objective of to make inferior or valuing this or that dialect. Through this research, we can observe that, the Portuguese language offers a very including to its users and which had lexical fan to the many linguistic variations, to the times has difficulty to inside understand the meaning of words of our proper country.

Key-Word: Linguistic variation. Dialect. Language.

1 INTRODUÇÃO.

O tema apresentado é uma pesquisa realizada para analisar as variações lingüísticas geográficas, mais especificamente os dialetos regionais, tendo como objeto de estudo o dialeto paranaense e o dialeto paraibano.

O objetivo deste trabalho é proporcionar aos leitores uma rápida revisão sobre os seguintes conceitos: lingüística, linguagem, língua e fala e também o que são dialetos e variações lingüísticas, e a aplicabilidade destes dois últimos conceitos nas regiões supracitadas.

Tem como objetivo também, o conhecimento de algumas palavras regionais e seus significados, além de propiciar aos leitores, de forma prazerosa, a riqueza do nosso país no que tange os aspectos da língua portuguesa em suas variações dialetais de acordo com as regiões já mencionadas.

Desde já, vale enfatizar de forma clara, que a escolha do tema não tem como objetivo valorizar ou inferiorizar este ou aquele dialeto, classificando-os como dialeto padrão ou dialeto coloquial, não é este o foco deste trabalho, mas sim a escolha se deu devido, o assunto ser interessante e motivador como objeto de pesquisa e também por ser um assunto muito abrangente, principalmente quando é vivenciada a realidade do tema.

A lingüística é uma ciência que estuda a linguagem humana, ela nos ajuda no esclarecimento de várias abordagens relacionadas à nossa língua (coletiva) e a nossa fala (individual), no contexto da sociedade em que estamos inseridos.

È partindo deste princípio conceitual que conseguimos entender a definição entre linguagem, língua e fala. Apesar de serem parecidas, estarem interligadas e totalmente dependente uma da outra, elas são diferentes em seus conceitos.

Os modos diferentes de falar acontecem, porque as línguas se transformam com o decorrer do tempo e sendo assim ela assume características peculiares, em grupos sociais diferentes, em regiões diferentes, e com isso os indivíduos pertencentes a uma determinada comunidade, aprendem aquela língua ou dialeto.

Os usuários da língua ou interlocutores3 interagem enquanto sujeitos que ocupam lugares sociais, e falam e ouvem desses lugares de acordo com formações imaginárias que a sociedade estabeleceu para tais lugares sociais.

Utilizada por tão grande números de indivíduos, em várias situações e a todo o momento, é de se esperar, que a língua não se apresente estática, aos falantes desta língua, ou seja, são diversas as situações que possibilite uma vasta variação lingüística em determinada língua. Alguns exemplos disto são: as variações geográficas e as variações socioculturais

As variações socioculturais são: dialetos sociais, grau de escolaridade, profissão, idade, sexo etc. As variações geográficas são: falares regionais ou dialetos e linguagem rural e urbana.

O dialeto é uma modificação regional de uma língua1. Podemos definir ainda que o dialeto é uma forma de língua que tem o seu próprio léxico, sintático e fonético e é usado num ambiente mais restrito que a própria língua. O termo “dialektos”, de origem grega, designa uma língua menor em uma língua maior.2

Portanto, procuraremos mostrar as variações lingüísticas e os dialetos destes dois estados brasileiros, falantes de uma mesma língua, porém com diferenciações regionais.

2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DIALETAL

Vivemos em um país com muitas variações regionais, por isso está recheado dos mais diversos dialetos, existindo dentro destes a diferenciação no timbre de voz, entonação, sotaques, e um vasto campo lexical.

Falar de algo tão abrangente requer um aprofundado conhecimento sobre o assunto, por isso convém enfatizar que nos ateremos tão somente às variações lingüísticas, o dialeto dentro do estado do Paraná e o dialeto no estado da Paraíba, deixando aos leitores através deste estudo, exemplos claros sobre a diferenciação entre os dialetos e as curiosidades nos falares da língua portuguesa nessas regiões.

Nossa língua possui um enorme acervo no campo lexical e cada vez mais os léxicos disponíveis ao falante da língua portuguesa se amplia mais e estão em constantes modificações.

Devido o português originar-se do latim, e esta ser considerada uma língua culta, a língua portuguesa também é considerada uma língua com alto grau de elevação cultural. O padrão da norma culta da nossa língua requer daqueles que a utiliza, um nível de conhecimento muito intenso para poder dominá-la, tanto nos campos da escrita, quanto no campo da fala, porém não é necessário aos falantes, um conhecimento, tão aprofundado assim, ou seja, não é necessário para estes dominar completamente as normas cultas da língua para que haja comunicação entre os falantes de uma determinada língua, visto que uma criança ao iniciar ao iniciar sua fala mesmo antes do conhecimento da gramática ou normas já possui a língua do seu país, estruturada em sua fala, a qual ela adquire ouvindo as pessoas falarem.

O indivíduo desde bem cedo, no processo de assimilação da fala (isso através da língua) vai aprender a falar o dialeto daquela determinada região, da sociedade em que está inserida e assim será mais um membro daquele dialeto regional.

O estado do Paraná, com sua colonização européia (italianos, alemães, ucranianos, japoneses, portugueses, etc.) possui seu dialeto próprio, com tudo dentro do próprio estado, existem os dialetos de cada região paranaense, como já foi citada anteriormente (no âmbito conceitual sobre dialetos), uma língua dentro de outra língua.

Neste caso, pode ser dividido o estado do Paraná em dois hemisférios linguísticamente, norte e sul, quero mostrar aqui algumas variações dentro da fala no próprio estado, para depois direcionar a análise para variações dialetais entre os dois estados.

Tanto na região sul quanto região norte do Paraná foram colonizadas por europeus, porém ao longo doa anos pessoas migraram para o estado com isso estabeleceram suas moradias em determinadas regiões do Paraná,trazendo consigo,é claro, seus dialetos regionais, os quais foram mesclados com dialetos regionais já existentes, formando assim uma grande variação dialetal dentro do próprio estado.

Veremos a seguir somente as diferenças no falar, entre o norte e sul do estado, mesmo sabendo que existem outras variações em outras regiões. Eis aqui algumas palavras interessantes faladas na região norte do Paraná.

DIALETO DO PARANÁ (REGIÃO NORTE)
Corredeira correnteza do rio.
Pinguela ponte estreita
Manguá de chuva chuvinha passageira.
Bandeiras de milho amontoado de espigas de milho
Picumã sujeiras feitas pela fumaça de fogão à lenha
Estilingue bodoque

Fonte: Palavras escolhidas pela autora.

Logo abaixo, segue palavras faladas na região sul do estado.

DIALETO DO PARANÁ (REGIÃO SUL)
Terneiro bezerro.
Sangra d’água mina de água
Fuzilando trovejando.
Penal estojo para transportar lápis, borracha, caneta, etc.
Vina salsicha
Gasosa refrigerante, mais especificamente, Tubaína

Fonte: Palavras escolhidas pela autora.

Essas palavras são simplesmente algumas das variedades linguísticas existentes no estado.  O outro ponto de pesquisa é o estado da Paraíba, que assim como o estado do Paraná também teve sua colonização européia, no entanto, um estado teve uma grande miscigenação entre branco europeu, os índios e os negros africanos.

A língua portuguesa neste estado, também sofreu influência desses povos, dando origem a mais uma variação linguística dentro do país. No estado da Paraíba também, é encontrado variações lingüísticas dentro do estado, sendo os dialetos diferentes nas regiões do sertão com relação à capital.

Neste momento não me aprofundarei nas diferenças dialetais dentro do estado, mas sim, as diferenças dialetais no estado como um todo em comparação ao estado do Paraná. Abaixo algumas palavras usadas pelos paraibanos e seus significados, algumas dessas palavras tem sido usada em todo território nordestino.

DIALETO DA PARAÍBA
Aperrear encher o saco, perturbar
Arretado bom, lega, perfeito.
Arrochado apertado, valentão.
Avexado apressado
Cabra qualquer indivíduo.
Mainha mãe.
Oxente expressão usada quando a pessoa sente espanto ou admiração
Mugunzá canjica.
Jerimum abóbora.

Fonte: Palavras escolhidas pela autora.

3 METODOLOGIA

Este artigo tratou-se de um estudo bibliográfico-explicativa que é o estudo de uma teoria que explique determinado fenômeno ou fato, normalmente este tipo de pesquisa se fundamenta no levantamento bibliográfico.

Segundo, Minayo (2005) o método de pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas e/ou revisão de literatura de obras e documentos que se relacionam com o tema pesquisado. Ressalva-se que, em qualquer pesquisa, exige-se a revisão de literatura, instrumento da pesquisa bibliográfica, que permite conhecer, compreender e analisar os conhecimentos culturais e científicos já existentes sobre o assunto, tema ou problema investigado. Também, pode ser realizada de forma independente, constituindo-se em pesquisa como trabalho científico original. Assim, foram utilizados, livros, apostilas, internet, e fragmentos de determinadas obras lingüísticas como materiais de apoio.

A coleta de dados se deu através de dicionário de mundo das duas regiões, bem como o convívio social nessas duas cidades.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Diante da análise sobre o tema proposto, podemos perceber que o nosso país dispõe de uma variação lingüística tão abrangente e tão rica, que às vezes temos certas dificuldades em saber os significados das palavras dentro da nossa própria língua.

Estudar as variações e os dialetos dentro desses dois estados se tornou algo prazeroso, ainda porque, este é um assunto que vem aguçar a nossa curiosidade sobre a dimensão lexical, que os dialetos proporcionam e seus significados. Ainda dentro desse contexto,é interessante descobrir através das pesquisas,as origens desses dialetos,e que povos contribuíram para que eles fossem estabelecidos.

Infelizmente a escrita não nos possibilita a representação dos dialetos em sua íntegra, por estar presente também neles, além das palavras, suas diferenciações nos sotaques, timbres de voz, entonação, requisitos esses que faz grande diferença entre as variações regionais e que realmente conquista, qualquer amante apaixonado pela lingüística, que tenha como objeto de pesquisa o tema proposto.

Com certeza estudar sobre o assunto, é algo encantador e muito mais fascinante ainda, é estudar essas variações dialetais e lingüísticas se estendendo por todas as regiões do país, o que seria, portanto, uma pesquisa muito mais demorada, aprofundada, mas com certeza a proporcionabilidade das riquezas intelectuais e culturais ao pesquisador, seriam maiores ainda.

5 REFERÊNCIAS

1-Coutinho, Ismael de Lima. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro, 1956.

2- Rabaça, Carlos Alberto & Barbosa Gustavo. Dicionário de comunicação. São Paulo, 1997.

3- Travaglia, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus.

4- HTTP: //PT. wikipedia.org./wiki/geografia_do_Paran% C 3% A.

5- HTTP: //PT. wikipedia.org./wiki/geografia_do_Paraíba% C 3% A.

6- www.pr.gov.br